O sentimento de não merecimento...

Muitas são as demandas trazidas no consultório, as pessoas trazem suas vivências, seus sintomas, suas racionalizações, questionamentos, suas resistências, medos, e dores. Também compartilham vitórias e superações, confidências e expressam sentimentos, conhecem e nomeiam outros tantos, abrem e fecham ciclos.

Especificamente este mês, estive observando um sentimento presente em boa parte dos atendimentos. O sentimento de não merecimento. Geralmente ele fica ali velado, camuflado em uma roupagem de “síndrome do impostor”. De fato, ele produz outros tantos sintomas e sensações específicas ligadas a esta crença.

Quase sempre aparece na infância quando a criança sente uma sensação de inadequação, sentindo-se inferiorizada com algumas pessoas, ou ambientes. Estas experiências geralmente não são bem digeridas e vão para um fundo de vivências desta criança. Este fundo contém material nutritivo e/ou tóxico que ajuda a compor a autoestima. Quando o adulto possui experiências significativas a respeito destes sentimentos de inadequação (vergonha e culpa), e não conseguiu digerir e elaborar tais experiências, ocorre de não se sentir merecedor de possibilidades prósperas em sua vida, desenvolvendo, mais sintomas que ajudam a sustentar este sentimento, como rigidez consigo mesmo, com mudanças, desconfiança de si e dos outros. O uso frequente do controle nas relações e nas outras esferas, impede a fluidez da espontaneidade na vida do cliente, reduzindo possibilidades de trocas nutritivas em sua vida e claro que, enfraquecendo a sua autoestima.

Segundo Yontef (1998),

Nos Estados Unidos, a imagem do Self ideal, em geral, exclui sentir ou mostrar emoções fortes, fraquezas humanas ou vulnerabilidade. Sociedades vergonha-orientadas frequentemente ensinam que o controle é digno de orgulho e a incapacidade de “se controlar” é vergonhosa. A criança pequena aprende não apenas a controlar os esfíncteres, as emoções e qualquer outra coisa que a sociedade enfatize, mas também aprende a envergonhar-se de sua própria essência. Ainda segundo o autor, uma pessoa pode não se sentir OK sentindo-se inadequada ou sem méritos em sua essência, e finaliza com a reflexão de que “todas as formas de amor não retribuídas trazem vergonha”. (p.371,372).

A terapia gestáltica oferece ao cliente, um mergulho em seus sentimentos que assim como uma teia, formam e sustentam a sua autoestima, auxiliando o cliente a digerir novamente as experiências do seu self, elabora-las e acomoda-las dentro de si para que não tenham um impacto negativo em suas novas escolhas e experiências.

Desta forma, o cliente se atualiza junto com seu organismo, que pode experimentar sensações e sentimentos diferentes sobre si mesmo, ao passo que atualiza também as crenças sobre si, pois se conhece através de uma relação mais intima consigo e crê na existência dos seus próprios recursos para lidar com a sua existência. Desta forma, pode haver uma mudança em sua autoimagem e percepção de si, aumentando a flexibilidade e trazendo graça e espontaneidade para sua existência.

Você se identifica com este sentimento de não merecimento? Gostaria de trabalhar em uma reforma intima para aumentar a sua autoestima?

Estou aqui para te auxiliar neste processo!

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Graciela Ciappino,

Psicóloga clínica e Gestalt-terapeuta

Whatsapp: (47) 99935-0633

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